sábado, 27 de junho de 2009

SOFTWARE LIVRE

UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
FACULDADE DE EDUCAÇÃO/FACED/IRECÊ
CURSO DE LICENCIATURA EM PEDAGOGIA ENSINO FUNDAMENTAL
SÉRIES/INICIAIS
ANA MARGARETE BIZERRA COSTA
ELIANA TOMAZ DA SILVA
JALCINEIDE MARIA PEREIRA




RELATÓRIO DA PESQUISA DE CAMPO




Relatório da pesquisa de campo
Relatório da pesquisa de campo, apresentado como requisito de avaliação do curso de Licenciatura em Pedagogia Ensino Fundamental para Series/Iniciais, Universidade Federal da Bahia (UFBA) Faculdade de Educação FACED/Irecê, sob orientação da professora Maria Helena Bonilla na atividade de Software Livre: a cibercultura em Irecê.

Apresentação

Participando da atividade Software Livre com a Professora Maria Helena Bonilla, oferecida no curso de Licenciatura em Pedagogia Ensino/Fundamental Séries Iniciais pela Faculdade de Educação (FACED) da Universidade Federal da Bahia (UFBA) tivemos a oportunidade de estudar, com o intuito de conhecer melhor o programa de Software Livre existente e tão pouco divulgado e propagado como ferramenta de inclusão digital. Através dessa atividade surgiu a oportunidade de realizarmos uma pesquisa de campo, para aprimorarmos nossos conhecimentos tecnológicos dentro de uma perspectiva de conscientização voltada para o uso do mesmo.

O presente estudo apresenta um relatório da pesquisa de campo realizada, com um mapeamento dos lugares visitados, através de texto descritivo, citando a atual situação no município de Irecê, trazendo as leis, os projetos, bem como o uso do software livre na esfera pública e privada. A proposta foi a de trabalharmos em grupos de três para facilitar o desenvolvimento da atividade e sistematização de experiências e expectativas, além de nos possibilitar uma participação efetiva/ativa de cada um/a nos ambientes visitados e pesquisados.

As articulações dos trabalhos estão sendo realizadas através da lista de discussão no e-mail
(ufba-irece@yahoogrupos.com.br), com contribuições reflexivas no fórum, moodle e blog. A professora e orientadora Bonilla acompanham todos os passos, e passa orientações através desses ambientes interativos.


INTRODUÇÃO

Este documento tem como propósito apresentar o resultado da pesquisa de campo realizada por aluno/as da Turma 2, Ciclo Dois do Curso de Licenciatura em Pedagogia Ensino/Fundamental Séries Iniciais da Universidade Federal da Bahia (UFBA), proposto pela professora Maria Helena Bonilla, através da Atividade 2215, Software Livre. Além de termos como objetivo a realização de uma pesquisa de campo, com participação dos atores envolvidos no processo, trabalhamos com a finalidade de adquirirmos conhecimentos, através das análises das estratégias do governo e o direcionamento para implantação de projetos de migração dos ambientes computacionais proprietários para o software livre, pelos órgãos municipais, estaduais, federais e também empresas privadas. Dessa forma, estamos nos conscientizando das vantagens operacionais e financeiras contidas no programa.

“O software livre é um movimento que teve inicio na década de 80, e a UFBA vem fazendo parte deste processo, no que se diz respeito ao uso e divulgação. Entretanto, uma parcela significativa da sociedade em geral, ainda é leiga no que se refere ao programa, daí uma necessidade de expansão de seu uso. Com o estudo e as entrevistas realizadas na pesquisa de campo, percebemos que a implementação do programa implica uma melhoria da articulação sociocultural e econômica do país, a fim de conseguirmos resultados significativos. Daí a importância de levarmos ao conhecimento de nossos alunos (pensando numa esfera menor e ao mesmo tempo mais receptiva a mudanças), afim de que se mobilizem criticamente, e desde já, sejam defensores e usuários freqüentes.

O software livre corresponde a um programa de computador, com características especificas. Ao contrário do hardware (monitores, impressoras, mouses, placas, memórias etc), o software não é algo físico e, por isso, não sofre desgaste ao longo do tempo. Um software é, portanto, uma estrutura lógica, um programa que realiza funções dentro de um sistema computacional. “E é, geralmente, desenvolvido por programadores que utilizam linguagens de programação para construí-lo”. (CARTILHA... 2005 p.24)
É dessa forma que podemos pensar em software livre, reforçando o que trata de liberdade de expressão. O mesmo se refere à liberdade que os usuários tem de executar, copiar, distribuir, estudar, modificar e aperfeiçoar o programa, tendo acesso ao código fonte. Portanto, compreendemos que temos um grande desafio como educadores, que é o de vermos o software livre com um novo olhar, proporcionando oportunidades de conhecimentos e vivência em um espaço essencialmente colaborativo. Para que isso de fato aconteça, devemos buscar continuidade de formação através das políticas públicas com a implantação de mais tabuleiros digitais e telecentros com o objetivo de favorecer nossos alunos, através de cursos básicos e pesquisas escolares.
A experiência que tivemos com este trabalho, além de nos aproximar dos ambientes, fez com que ampliássemos a nossa visão a respeito da migração do software proprietário para o software livre, desde que venhamos a fazê-lo a partir de uma concepção que vá além do treinamento técnico, buscando um processo pedagógico, que respeite o usuário, baseado no diálogo e na construção democrática de cada ambiente.

DESENVOLVIMENTO DAS PESQUISAS DE CAMPO


O Governo Federal vem se empenhando bastante no sentido de desenvolver projetos que contribuam com a cidadania, através de acessos aos meios tecnológicos de produção, informação e conhecimento. Relacionar políticas de inclusão digital e o movimento do software livre é fundamental para atingir as metas e iniciativas pelo desenvolvimento sustentável do país, de combate à pobreza e a integração social ao mundo informatizado. O software livre contribui para que pessoas de baixa renda também tenham acesso à internet, sem contar que este programa facilita o reaproveitamento de máquinas.

O Projeto Software Livre Brasil é uma iniciativa não governamental que reúne instituições públicas e privadas do Brasil: poder público, universidades, empresários, grupos de usuários, hackers, ONGs. O principal objetivo é a promoção do uso e do desenvolvimento de software livre como uma alternativa de liberdade de expressão, econômica e tecnológica. Estimulando o uso de software livre, o projeto investe na produção e qualificação do conhecimento local a partir de um novo paradigma de desenvolvimento sustentado e de uma nova postura, que insere a questão tecnológica no contexto da construção de mundo com inclusão social e igualdade de acesso aos avanços tecnológicos.

Analisando as vantagens do SL alguns estados já aderiram ao projeto, implantando-o em seus órgãos públicos. A Bahia é uma prova real disso com a implantação do Projeto Software Livre Bahia (PSL-BA). Na Cartilha de Software Livre projeto software livre Bahia (2ª edição abril de 2005), diz que:
“O Software Livre é a nossa chance de tornar a tecnologia nossa aliada no desenvolvimento nacional. O Governo, sensível a essa oportunidade, vem incentivando cada vez mais o uso de Softwares Livres nas repartições públicas, reduzindo drasticamente os custos com licenças de software proprietário. Sendo que a economia deste recurso poderá ser redirecionada para investimentos em tecnologia nacional; ou até mesmo para setores mais problemáticos, como a saúde e a educação, minimizando a injustiça social”.

A Empresa Baiana de Água e Saneamento S.A (Embasa), nos dá uma prova concreta de lucros com a migração do software proprietário para o software livre, nos informando que a mesma já economizou entre 4 a 5 anos, 3 milhões de reais. Não foi só pela economia que a empresa aderiu ao SL, mas também por ser um programa imune a vírus, isento de pirataria. E por ser livre podem ser adaptadas as necessidades da empresa. Através desta entrevista ficamos sabendo que muitas empresas que fazem uso do software proprietário, fazem uso de um aplicativo Linux, para poder filtrar informações e evitar vírus. Fazendo uso de suas atribuições, com objetivo de implantar projetos de inclusão digital, como também fazer valer o que está posto nas leis federais e estaduais para garantir aplicações das políticas públicas educacionais.

O município de Irecê incluiu e elaborou a Proposta de Ementa à Lei Orgânica de forma a adequar-se ao estatuto da cidade e evitar conflitos com o Plano Diretor, Lei nº 15/2008, o Projeto de Implantação de Software Livre em todo Município de Irecê. Esse projeto tem como objetivo principal: ampliar o acesso dos cidadãos aos meios digitais de produção e disseminação de informações e conhecimentos e não apenas de consumo dos produtos informações através do uso das TICs; (PLANO DIRETOR, IRECÊ, 2008).

Antes de o Plano Diretor ficar pronto, Irecê já havia sido contemplado com o uso do SL através do Projeto Conexões Ciberparque Anísio Teixeira, com o Ponto de Cultura e o Tabuleiro Digital. Com a pesquisa de campo que realizamos percebemos que a utilização do Software Livre para alguns dos nossos entrevistados se deve ao fato de não ter custo e não permitir a pirataria. Usado ainda de forma tímida, apenas alguns aplicativos, tanto empresas públicas, quanto as empresas privadas, salvo a EMBASA e o Ponto de Cultura que demonstram segurança e conhecimento ao falar do programa e aplicativos, assim como também das políticas públicas municipais, estaduais e federais.

Capitulo VIII, Da Ciência e da Tecnologia, Art. 15. “São diretrizes especificas do desenvolvimento da ciência e da tecnologia, articuladas com as demais áreas constantes deste documento e, em especial do titulo III das Diretrizes Especificas para o Desenvolvimento socioeconômico” (PLANO DIRETOR, IRECÊ, 2008): No parágrafo I desse mesmo artigo determina a criação de um centro de pesquisa municipal articulado com as escolas municipais, estaduais, universidades públicas e outros setores públicos e privados, para o desenvolvimento de pesquisas voltadas para o desenvolvimento social. Dessa forma, percebemos que projetos como estes, vêm contribuindo com atividades pedagógicas tanto da rede pública, quanto da rede privada.

Em visita à Escola Municipal José Francisco Nunes, localizada no povoado de Itapicurú, Irecê BA, percebemos claramente a importância do software livre para estudantes e Comunidade no acesso a internet em parceria com as atividades pedagógicas. Lá as dificuldades com a manutenção são poucas, pois têm um professor apto para lidar com os programas. Quando necessário, eles chamam
pessoas do Ponto de Cultura ou Ciberespaço Anísio Teixeira para ajudar naquilo que estiver fora do alcance de seus tutores.

O professor Nelson Rodrigues da Cruz Junior, demonstra segurança e satisfação quando ao uso do SL no que diz respeito às vantagens do mesmo. Portanto é desenvolvido um trabalho independente na escola de Itapicurú sobre as tecnologias, dando enfoque à comunicação, utilizando o programa LINUX/ubuntu, onde sempre que é acessada a internet, ele fornece as atualizações gratuitamente. E quando surge algum problema com hardware, é fornecida em poucos dias pelo Ponto de Cultura.

Em uma das empresas privadas que visitamos (Lojas Maias), percebemos uma enorme dificuldade por parte tanto da gerência, quanto dos demais funcionários entrevistados. Demonstraram através das respostas às perguntas feitas pelo grupo, insegurança para falar do assunto, falta de conhecimento e desinteresse para divulgação do programa. Os mesmos ainda acrescentaram que, não é interessante para empresa vender um equipamento, com um programa, onde o próprio cliente em poucos dias volta para devolvê-lo, alegando falta de suporte técnico. Percebemos ainda com as pesquisas de campo nas empresas privadas que fazem uso do SL, o desconhecimento das políticas públicas, voltadas para o programa, tanto no âmbito das esferas municipais, quanto nas estaduais e federais.

CONCLUSÃO

Através desta atividade não podemos deixar de salientar o nosso reconhecimento da necessidade de estarmos constantemente estudando para inovar nossos conhecimentos. Nesse sentido, cabe a nós educadores, repensar o contexto fazendo o uso das ferramentas tecnológicas, encarando as problemáticas existentes, sem perder o foco de inserção em um processo de aprendizagem com o objetivo de contribuir com o desenvolvimento intelectual, social e cultural de nossos educandos e também para nós educadores.
Neste ponto, contamos com a ajuda do Ponto de Cultura que vem desenvolvendo várias ações, para a divulgação do SL na região, sendo elas através de palestras, oficinas, eventos; tais ações já foram realizados neste município, como por exemplo, a 1º semana de SL na cidade de Irecê, dentre outros eventos desenvolvidos ao longo de sua existência.

Sendo assim, temos a certeza que várias ações estão surgindo, mas, ainda, são poucos os profissionais para dar o suporte necessário, principalmente nas escolas, capacitados para esses fins, impossibilita a realização de um trabalho com bons resultados de aprendizagens. Entretanto, percebemos que ainda há ações, pouco articuladas que trouxeram avanços significativos na oferta de acesso, mas pouco avançou no estabelecimento de uma maior articulação dessas mesmas ações entre si e, principalmente, com a educação.

Do ponto de vista do grupo, embasado em alguns teóricos, o Software Livre é a principal alternativa dos países pobres para que a inclusão digital de fato se concretize, reduzindo desperdícios e gerando novas atitudes no âmbito econômico e cultural. Para que dessa forma a sociedade possa acompanhar as evoluções tecnológicas, dando condição à expansão do Software que é livre.

Referencias:
LIVRE, Cartilha de Software / projeto software livre. Bahia, Abril 2005.

PRETTO, Nelson De Luca. Além das redes de colaboração: internet, diversidade cultural e tecnologias do poder / Nelson De Luca Pretto, Sérgio Amadeu da Silveira : organizadores.
– Salvador: EDUFBA, 2008.

Site: www.Softwarelivre.org/thepprojet. php, Maio, 2009.
Site: www.wiki.dcc.ufba.br/PSL/Nascimento PSLB, Maio, 2009.

ANEXO

Alunos no telecentro de informática no Povoado de Meia Hora em 2008


2 comentários:

Bonilla disse...

Olá grupo,
melhorou bastante a escrita do relatório. O texto está mais fluído, apesar de ainda, em alguns pontos, apresentar alguns problemas de articulação de idéias. Ainda precisam estudar mais as normas da ABNT (melhorou, mas ainda tem problemas).
É assim mesmo, vamos melhorando e estudando para melhorar mais.
abraços

Bonilla disse...

Olá Margarete,
onde estão as reflexões e as produções do ciclo? Precisa aproveitar este ambiente para socializar tuas idéias e interagir com a galera. E não esqueça de utilizar os recursos do ambiente: links, fotos, vídeos, cor, texto - são eles que darão dinamismo ao blog.
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