domingo, 12 de julho de 2009

PLANO DE AULA PARA ALFABETIZAÇÃO

foto: Alunos de Educaçâo infantil / Escola Municipal Ângelo Marques França.


Oficina de alfabetização com a orientadora Geovana/ curso de pedagogia UFBA Irecê- Ba.

INTRODUÇÃO
A escola aos poucos está percebendo a necessidade de aprimorar na tarefa de alfabetizar. E cada vez mais as redes investem em cursos de capacitação docente.
Sabemos o quanto, alfabetizar é difícil, mas também temos a consciência do quanto esta palavra é importante e ao mesmo tempo vital, à vida do cidadão; principalmente neste mundo globalizado que estamos hoje.
Muitos vertentes aparecem quando falamos em alfabetizar, as mesmas dificulta esse processo, são: Alunos numa mesma sala com hipóteses de escrita muitos distantes; a família que não acompanha; indisciplina dos alunos. Tudo isso favorecem para uma má alfabetização.
“... o fato de que os processos de ensino/aprendizagem sejam extremamente complexos – certamente mais complexos do que os de qualquer outra profissão – não impede, mas sim torna mais necessário, que nós professores, disponhamos e utilizemos referencias que nos ajude a interpretar o que acontece em aula...” ( Zabala, pag.15)
Zabala já afirma sobre a complexidade de ensinar e do aprender, mas, precisamos está em constante busca. Dessa forma, é necessário que pesquisemos em diferentes fontes, fazer muitas leituras, trocar idéias no espaço escolar, buscar ajuda na família, conhecer o aluno, este é muito importante, significa conhecer suas características e trazer para a sala práticas de leitura etc. Ainda não podemos esquecer que é dever da escola ensinar e é um direito da criança ler e escrever.
É neste contexto que, participando desta oficina de alfabetização, estamos reforçando o quanto é importante o processo de alfabetização e que precisamos de parâmetros para que urgentemente possamos levar e ou adquirir resultados positivos nas nossas escolas.
Assim, iremos fazer um trabalho proposto pela professora mediadora desta oficina de alfabetização. Onde iremos diagnosticar alunos do segundo ano escolar, para que possamos formar agrupamentos produtivos, ainda iremos aplicar uma atividade, que a mesma possa fazer os alunos refletir sobre a escrita. Dessa forma estamos dando ao aluno e aluna a oportunidade de pensar a respeito, reelaborar seu pensamento e argumentar, não esquecendo que tudo isso pode evoluir mais, se o professor elabora intervenções que levam as crianças avançar nas suas hipóteses.


APRESENTAÇÃO DA ESCOLA E DA TURMA E CONTEÚDO DO RELATÓRIO
A escola Ângelo Marques França, Situada no povoado de Meia Hora, a quatro quilômetros da sede, Irecê; atende no momento a quatro turmas, sendo que, uma de educação infantil 04 e 05 anos, as outras , são de 1º ao 5º ano . Assim as turmas são classificadas: 1º e 2º ano; 3º e 4º ano; 4º e 5º ano. Todas multisseriadas.
Resolvemos fazer este trabalho na turma, 1º e 2º ano, mas realizamos a atividade, apenas com os alunos do 2º ano escolar.
Para que pudéssemos saber de fato, em qual nível de aprendizagem de escrita, se encontrava os alunos, Preparamos uma avaliação diagnóstica, pois, esta norteou nosso trabalho mediando planejamento, dessa forma facilitou, no momento da elaboração dos objetivos.
Para este diagnóstico priorizamos a seguinte listagem, seguido de uma frase:
1-LAPISEIRA
2-CADERNO
3-LIVRO
4-GIZ
5- GOSTO DE GIZ COLORIDO
Já com o diagnóstico em mãos preparamos, ou seja, planejamos a aula a ser aplicada.

PLANO DE AULA

OBJETIVOS:
*Que os alunos possam refletir sobre a escrita a partir dos desafios encontrados e também através das intervenções da professora.

DESENVOLVIMENTO DA ATIVIDADE
1º MOMENTO: Apresentação do trabalho para turma
Consigna. Olá turma, hoje nós viemos novamente para participar um pouco da aula de vocês, mas, nós já trouxemos uma atividade uma atividade a professora regente irá para outro espaço com os alunos do 1º ano, neste caso vocês ficarão com conosco para realizarem uma ótima atividade que preparamos com muito carinho para todos.
Mas para a atividade ficar mais legal, iremos separar a turma em grupos, é aí que iremos precisar da ajuda de todos vocês tanto no silêncio, como para realizar a tarefa junto com o colega. Ok, então, vamos começar?
2º MOMENTO. Apresentação da parlenda
Nós trouxemos uma das parlenda que Vocês já conhecem que é a REI CAPITÃO.
Quem sabe? Então vamos todos de voz alta cantar a parlendas.
3º MOMENTO. Realização da atividade
Possíveis intervenções
*Qual é a parlendas que você vai montar? Qual letra que começa esta palavra que você falou? Então qual é o pedacinho que você vai pegar primeiro e agora? Esse é o nome que você está procurando?
*Como é que começa a parlenda? Quais as letras que você vai precisar para escrever esta palavra? Agora é você qual a palavra que vem agora? Quais letras você irá escolher?
* Com qual letra esta palavra começa? Qual é a próxima? Já terminou agora é o outro colega, mas você continuará ajudando.
Porque você quer tirar esta letra? Qual letra você acha que esta faltando?Então a pegue.


AGRUPAMENTOS:
Grupos com as hipóteses, silábico com valor sonoro + silábico alfabético
Grupos de alfabético + alfabético
Grupos com hipóteses, silábico com valor sonoro + pré- silábico.

DESCRIÇÃO DA ATIVIDADE
Os alunos irão fazer a montagem de uma parlenda já conhecida de cor pela turma:
REI, CAPITÃO,
SOLDADO, LADRÃO
MOÇO BONITO
DO MEU CORAÇÃO
O importante é oferecer aos alunos uma parlenda que seja conhecida e que a mesma seja curta. Assim estaremos proporcionando uma atividade que não canse os alunos e conseqüentemente, não os desmotive.
*A professora entregará ao grupo dos alunos: silábico com valor sonoro + pré – silábico, a parlendas escrita em pedaços (palavras). Eles não poderão deixar sobrar palavras.
*Ao grupo dos alunos silábico com valor sonoro e os sem valor sonoro, entregarei varias letras Para eles escreverem a parlendas. Um escreverá uma palavra depois o outro escreverá outra palavra e assim sucessivamente.
Ao grupo dos alunos alfabéticos, os mesmos receberão todas as letras da parlenda. Os mesmos não poderão deixar sobrar letras.


CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao diagnosticar e ao aplicarmos a atividade, pensamos que tudo isso veio a confirmar, o que acreditamos sobre a alfabetização; complexa e difícil... Mas percebemos que são atividades que levam realmente os nossos alunos a pensar sobre o sistema de escrita.
Na atividade diagnóstica consideramos muito produtiva é uma atividade que pode ser repetida não somente com o propósito de diagnosticar, mas também Para lavar a criança a pensar, esta com a intervenção do professor. Mas também ressaltamos que para a realização desta atividade deve ser individual. Sendo assim, pensamos: Como o professor pode fazer o uso constante desta atividade se quando fica com um aluno deixamos 25 ou 30 alunos na sala a solta? Mesmo se planejamos outra atividade para o restante do grupo, sabemos é difícil este tipo de atividade funcionar.
No momento da atividade diagnóstica, a aluna Brisa, para a palavra apontador escreveu APATADODO. Quando eu pedi para ler ela apagou dizendo que estava errado. Eu perguntei, onde? Élan apontou para as duas últimas palavras DA. Ficando assim APATADO. Neste momento percebi que com algumas intervenções ela escreveria quase convencional, não descobrindo apenas a letra N. Já na frase precisaria de muitas intervenções. Houve muitos destes casos interessantes.
A atividade com a parlenda foi muito interessante. Quando os alunos na hipótese alfabética, Marcos e Flávio, terminaram de montar a parlrnda, tinha sobrado a letra L e a O. A palavra SOLDADO e MEU e CAPITÃO estava faltando à letra A. O restante estava escrito assim: SAUDADO E MEO. Um deles disse: Pró está faltando a letra A. Mas eu respondi: Eu não disse que as letras estavam todas certinhas aí? Quando pedi para ler Flávio parou um pouco na palavra soldado. Mesmo assim seguiu lendo.
Quando terminaram de ler eu perguntei, o porquê dele ter parado na palavra no momento da leitura: Ele disse que parece não está certa. Assim continuei. O nome soldado. Ele pediu para eu falar novamente, e eu repeti a palavra.
Então ele disse que a palavra SOLDADO começa igual à palavra SOL.
Nesta hora eu perguntei: O que vocês vão fazer se sobrou a letra L e O? Na mesma hora ele colocou o L. Ainda falou: - Está faltando à letra O. Pedi para eles lêem novamente, mas não conseguiram perceber que a palavra MEU estava incorreta.
Nesta hora intervir, pedindo que ele escrevesse a palavra meu em um pedaço de papel. Na mesma hora ele retirou a letra O MEO, e colocou o U. Colocando a letra O no seu devido lugar.
Esta atividade a consideramos muito positiva e essencial para que o aluno pense e reflita sobre a escrita. Atividade deste nível que valoriza o agrupamento produtivo, as boas intervenções, deve ser repetida várias vezes durante a semana. Assim, dessa forma, contemplaremos todos, proporcionando avanços à maioria da turma.
Mas percebemos um fator negativo neste meio tempo, enquanto eu estava com uma dupla e a colega com outra, um aluno estava pulando de um lado, outro estava montando o seu olhando pelo o dos colegas, sem esquecer que eu estava com apenas 14 alunos, a pro regente estava com os alunos do primeiro ano no pátio, aplicando outra atividade.
Então eu pergunto?
- Como é que a uma professora consegue fazer muitas vezes uma atividade deste tipo., com uma sala de tantos alunos sem nenhuma outra ajuda. Ainda multeseriada, como é o caso desta sala que elegemos para este trabalho.
É possível alfabetizar a maioria dos alunos. Mas, dizer que todos podem ser alfabetizados é muito complexo afirmar. Quando sabemos que alfabetizar envolve vários vertentes.
Termino este texto com a fala de TELMA WEISZ, numa entrevista para a revista nova escola. Quando ela diz:
“Vejo a aquisição Do sistema de escrita – popularmente conhecida como alfabetização e que chamamos de alfabetização inicial- como parte de um processo. Mesmo os adultos nunca dominam os tipos de texto e estão sempre se alfabetizando. Ser alfabetizado é mais Do que fazer junções de letras, como B como A, BA.” (Nova Escola, pag. 29)

Ainda concluo dizendo que alfabetizar é necessário, mesmo sendo uma tarefa difícil e complexa. Pois, a sociedade nos cobra. Ainda se não conseguimos alcançar o nosso objetivo que é alfabetizar, iremos ser vistos como um ou uma professor ou professora incompetente.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS:
*Zabala, Antoni
A prática educativa: como ensinar / Antoni Zabala; trad. Ernani F. Rosa – Porto Alegre : ArtMed, 1 998.
1. Educação – Prática Educativa. I. Título.
*Nova Escola, REVISTA. Março de 2006.

Um comentário:

Iara Elizia disse...

Olá Margarete muito obrigada pela sugestão do seu plano de aula em alfabetização,vou utiliza-lo para um trabalho que terei que apresentar no meu curso de Pedagogia,estou no 4ºano e pretendo fazer uma especialização em Psicopedagogia e também em Alfabetização.O seu blog é muito bom!